“Eu descobri que há muito mais amor em mim, do que eu imaginava.
Em cada pequeno gesto que de mim saia, era uma forma desse afeto se
transbordar em meio ao mundo. Não sou tão ruim assim, sou capaz de fazer
alguém feliz, sou capaz de fazer sorrir sem ao menos precisar fazer, se
quer algum esforço. A vida amargurava os sentimentos que eram meus e
não deixava os mesmos, se libertarem. Pessoas visam encontrar o teu
pior, pra assim se sentirem melhores ou até mesmo, superiores. Mas não
mais comigo. Confesso, tive muito medo de aproximação com os demais,
porém bastou receber atenção de quem jamais imaginei que pudesse existir
e essa sensação toda de solidão se modificou, não estou só, nunca
estive. Por diversas vezes eu escrevi em um pequeno rascunho as coisas
grandiosas que do meu peito ditavam, mas ao invés de soltar ao vento
essas tolas palavras, eu apenas rasgava aos milhões de pedacinhos e
escondia de quem quer que fosse o quão bela eu poderia ser, se ao menos
tivessem me dado oportunidades. Os meus sonhos julgava como impossíveis,
hoje julgo-os que com o tempo eu os realizarei. As risadas que em
muitas vezes tímidas se escorriam pelo canto da boca, hoje solto-lhes
como estrondorosas e chamativas, gargalhadas. As mãos que antes
sentia-se atadas, estão libertas a me apoiar quando o tombo for grande,
mas também pra ajudar, quando o outro cair. Minha cabeça que antes era
baixa e turbulenta, hoje está suficientemente em pé, pra olhar nos
olhos. Aprendi que são os pequenos detalhes que fazem algo valer a pena.
Do que vale ter um bem material luxuoso e não ter com quem aproveitar?
Nada é bom demais, que seja capaz de dar o mesmo prazer do desfrute
compartilhado, nada mesmo. Quando escutar uma música embalada, dance.
Quando sentir-se triste, chore, nada melhor pra aliviar uma alma, do que
sentir lágrimas a percorrer a face. Se for amar, se entregue. E se for
pra sonhar, sonhe alto e lute pra realizar.”
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